Jornalista, crítico de música e artista plástico com mais de 40 anos de biografia, Ênio Squeff é reconhecido por muitos de seus colegas artistas como “um pintor para pintores”: já fez exposições no exterior (Alemanha, Colômbia, Portugal e Cuba, para citar alguns países), mas se inspira na cidade de São Paulo para sua vasta produção artística – vasta, no sentido mais amplo da palavra: dono de um espírito renascentista apaixonado, criador incessante com mais de 40 anos de carreira, confortável em utilizar diferentes linguagens e suportes, comumente, ao mesmo tempo. Merece destaque a série “Noturnos”, cenas pictóricas das noites paulistanas, em que a poética sugerida por Chopin é explorada na sua visão de interiores, bares e paisagens urbanas – um museu imaginário de tipologias da cultura brasileira.
Combinando duas de suas paixões, a escrita e desenho, Enio Squeff ilustrou mais de 100 livros ao longo de sua carreira. Merecem menção especial o livro “K”, de Bernardo Kucinski, lançado na Europa, no Japão e em Israel, e a obra do português Pedro Almeida Vieira “Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes”, editado em 2012, no Brasil. Essas ilustrações receberam diversas críticas positivas especialmente nos países Ibéricos, onde o artista é bem conhecido. No ano de 2015, Enio Squeff fez 700 ilustrações alla prima sobre a prova final de o “Cancioneiro”, de Petrarca, para a Ateliê Editorial – uma produção pictórica de fôlego, criativa e admirável. Também é autor de cinco livros: “Música, o Nacional e o Popular” (junto com José Miguel Wisnik, pela editora Brasiliense); “Música da Revolução Francesa” (editora LPM ), “Vila Madalena, crônicas histórica e sentimental” (editora Boitempo); “Kislansky, o eterno e o moderno” (editora San Floro) e “A Origem dos Nomes do Municípios Paulistas” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo).
Como muralista, suas obras públicas se destacam: “O Triunfo de Dom Quixote”, um mural de 12 metros quadrados em celebração aos 400 anos da obra de Cervantes, hoje localizado na biblioteca da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo. Outro destaque é “De Saulo de Tarso a São Paulo”, uma obra de 118 metros quadrados no SESC Itaquera em homenagem aos 450 anos de São Paulo. No mural, uma obra coletiva que teve a participação de mais 100 pessoas da região, foi representada a formação da capital paulista sob a ótica de uma viagem cultural e, sobretudo, religiosa – temática recorrente, de forma ecumênica, na biografia de Ênio. (veja aqui o making off da obra).
Em 2018, foi convidado para interagir artisticamente in loco no 5º Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde na Faculdade de Direito da USP, resultando na obra “Ordem e Progresso“, um retrato da violência urbana e desigualdade social no Brasil. Vem trabalhando de forma engajada desde então, sustentando um ritmo produtivo que se mantém a mais da 40 anos. Atualmente se dedica as artes plásticas, além de trabalhar na ilustração de obras clássicas da língua portuguesa editadas pela Ateliê Editorial.
Assista abaixo “O Pictórico e o Crítico”, filme dirigido por Mario Jun Okuhara sobre a vida e obra do artista: